Foto: Victória Previatti
Sua distribuição geográfica é bem restrita, estando limitada às regiões temperadas e tropicais do Hemisfério Ocidental.
A ocorrência dessa praga é favorecida em solos arenosos e períodos secos durante o estabelecimento da cultura, especialmente quando ocorre veranicos. O teor de umidade no solo influencia diretamente na intensidade de seu ataque, sendo que em sistema de plantio direto sua infestação é muito reduzida quando comparada ao plantio convencional. Áreas com irrigação também reduzem a incidência.
Seus ovos são ovais, com coloração branco-esverdeado, passando para vermelho escuro próximo a eclosão das lagartas. A maioria dos ovos são depositados no solo e eclodem cerca de 3 dias após a oviposição.
As lagartas são muito ativas e, quando tocadas, movimentam-se incessantemente por alguns segundos, sendo essa uma característica de defesa. Passam por seis instares, sendo esse período muito influenciado pela temperatura. Logo após a eclosão, apresentam coloração amarelo-palha com listras vermelhas. Posteriormente tornam-se esverdeadas com anéis e listras vermelho escuras. No sexto instar, sua coloração varia de verde-claro ao turquesa, apresentando listras longitudinais com faixas marrons ou arroxeadas, com cápsula cefálica variando do marrom ao preto (DIXON 1982; BESSIN, 2004).
A pupa apresenta coloração marrom e próximo a eclosão dos adultos ficam pretas. Essa fase ocorre no solo, dentro de uma câmara construída pela lagarta, feita com teia, partículas de solo e restos culturais. Permanecem nessa fase durante oito a dez dias.
Os adultos são mariposas que medem cerca de 17mm a 22mm e são bastante ativos durante a noite. Quanto a coloração, apresentam diferenças entre macho e fêmea: as asas anteriores dos machos são amareladas enquanto as fêmeas apresentam asas anteriores escuras e posteriores com coloração cinzenta. Também apresentam dimorfismo sexual quanto aos palpos labiais, que são eretos e mais longos nos machos do que nas fêmeas.
Baixa velocidade do vento, baixa umidade relativa do ar, temperatura em torno de 27ºC e completa escuridão são condições ideais para o acasalamento e oviposição do inseto, ocorrendo, respectivamente, no final da noite e no início.
As fêmeas irão iniciar a oviposição dois dias após a emergência, sendo que o pico de postura acontece durante o quarto e quinto dia.
Danos
Considerada uma praga subterrânea, inicialmente raspam as folhas, descendo em seguida para um pouco abaixo do nível do solo onde ataca o tecido vegetal próximo ao colo da planta, por isso é conhecida como Broca-do-colo. Como seu movimento ocorre no solo, uma lagarta pode atacar de 3 a 5 plantas por ciclo.
A lagarta penetra no colmo, onde abre galerias no interior da planta. Os danos causados podem destruir a região de crescimento da planta ou afetar a condução de água e nutrientes com a destruição total ou parcial de tecidos meristemáticos. A severidade do dano depende muito do estádio de desenvolvimento da cultura.
Na soja, o ataque em estádios iniciais causa a murcha e posteriormente morte da planta, levando a redução do estande, e em desenvolvimento mais avançado, deixa a planta vulnerável a chuvas, ventos ou implementos agrícolas, que podem levar ao tombamento.
Em milho, cana-de-açúcar, trigo e arroz causa o dano conhecido como coração morto, onde ocorre o murchamento e seca das folhas, levando a morte da planta.
O ataque da praga normalmente é percebido pelas falhas na lavoura.
Controle
Um fator abiótico que pode ser utilizado para o controle é a alta umidade no solo, que age negativamente em qualquer estágio de desenvolvimento da praga. Sistemas que preservam a umidade no solo, como o plantio direto, ajudam a reduzir a incidência dessa praga na lavoura. A utilização de irrigação, quando viável, também pode ser uma solução.
O controle mais utilizado para combater a Elasmopalpus lignosellus é o químico, sendo o tratamento de sementes o mais empregado devido a sua praticidade, custo e eficiência. A aplicação de inseticidas utilizando jato dirigido para o colo da planta pode ser atribuída, desde que seja identificado o ataque da praga no início.
Vários são os inimigos naturais da Elasmopalpus lignosellus, tais como: parasitoides, vírus e fungos, porém o impacto causado para o controle da praga é considerado baixo e poucas informações a respeito de controle biológico são encontradas.
Cultivares resistentes podem ser utilizadas para o controle da Elasmopalpus lignosellus, sendo que em soja, a tecnologia Bt pode ser empregada junto com outras formas de manejo, visto que o controle da praga por essa cultivar é supressivo.
Como já mencionado, a Elasmopalpus lignosellus é uma praga muito influenciada pelo clima, se favorecendo em anos com períodos de longas estiagens, então a não ocorrência em uma safra não anula a possibilidade de uma infestação na safra seguinte. Portanto, o seu monitoramento não deve ser negligenciado pelos produtores, evitando assim um ataque severo da praga nas lavouras.
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Este artigos teve como referências:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/56174/1/doc-129.pdf
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/991586/1/Comunicado303.pdf
https://www.agro.bayer.com.br/alvos/lagarta-elasmo#tab-3